domingo, 29 de janeiro de 2012

Domingo


O telefone vibra
- Você tá em casa?

Olha, hoje eu tô assim,
não muito afim
de encher a cara.
Mas se quiser vir
e se entregar pra espantar o tédio,
estarei aqui,
te esperando na portaria do prédio.

Ouça,
minha vontade tem gosto de apreço,
desejo de te comer inteira,
te deixar louca, te virar do avesso.

Garota,
se realmente te interessa,
eu até tenho um vinho,
a gente pode beber com carinho,
antes de fazer amor.

Sem pressa.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Toda.




Vem depressa.
Vem sem medo.
Vem que eu ainda estou aqui.
Pronto.
Doido pra ser teu meio.

Vem que o infinito manso nos espera.
Vem enquanto é tempo de brincar de ser pra sempre.
Vem sem deixar pistas.
Toda.
Vem e se não houver amor, invente.

Vem pra ser aquilo que eu mais quero.
Minha leveza e inquietude.

Tempero, medo e a lua subindo.



De espelho,
A cara amarrotada.
Desespero:
A tua presença ainda brinca em mim.
São vários recomeços.
Várias entranhas.
E tudo caminha pra eu ir embora daqui.
No mais
A gente ainda se gosta.
Demais
E talvez até além da conta.
Tudo ainda te respira.
Tudo te trás.
E só o que sobrou pra nos fazer morrer de rir.